Diário do Mercado na 2ª feira, 04.09.2017
Tensão geopolítica retorna, mas é amenizada por baixa liquidez com feriado nos EUA
Resumo.
O sexto e maior teste nuclear da Coreia do Norte ocorrido no domingo recheou os noticiários e reinstaurou o clima de tensão geopolítica. O feriado do dia do trabalho nos EUA, no entanto enxugou a liquidez mundial e manteve as oscilações parcas.
Na bolsa brasileira o viés foi de ligeira alta, ainda espelhando as notícias positivas quanto ao PIB na semana anterior, enquanto dólar recuou e os juros operaram majoritariamente estáveis.
Ibovespa.
Embora tenha iniciado os negócios em território negativo refletindo a cautela dos agentes quanto aos testes nucleares na Coreia do Norte, à tarde houve a inversão do sinal.
Principalmente favorecido pela melhora do âmbito das commodities, empresas como Petrobras e Vale ajudaram o índice a se recuperar, compensando as perdas do setor financeiro.
O Ibovespa findou aos 72.128 pts (0,29%), e manteve a tendência de alta. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 5,43 bilhões, sendo R$ 5,18 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa. A Bovespa apresentou saída de capital externo de R$ 233,4 milhões no último dia 31 de agosto, computando saldo positivo de R$ 2,987 bilhões no mês. Em 2017, acumula ingresso líquido de R$ 10,984 bilhões.
Agenda Econômica.
O relatório Focus mostrou melhora em diversos aspectos, tendo sido o destaque o PIB para 2017, que saltou de 0,39% na semana anterior para 0,50%. Ainda que para 2018 o indicador tenha permanecido em 2,00% (o qual consideramos um piso para as estimativas, sujeito a prováveis revisões altistas), a variação denotou maior ânimo dos agentes para com as perspectivas da economia derivada da divulgação do PIB do 2T acima do consenso na última sexta-feira.
A inflação também recuou, inclusive para ambos os horizontes projetivos: para 2017 chegou a 3,38% (de 3,45%), e para 2018 chegou a 4,18% (de 4,20%). Já a taxa Selic permaneceu inalterada (7,25% para 2017 e 7,50% para 2018).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial interbancário encerrou com queda de -0,21% a R$ 3,1361. A sessão foi de poucos direcionadores, por conta do feriado de Labor Day nos EUA, mas o que se viu foi um movimento de desvalorização da moeda não apenas perante o real, mas ainda frente a outras divisas, na esteira do aumento da tensão geopolítica.
Risco País. O Risco Brasil medido pelo CDS brasileiro de 5 anos recuou ligeiramente, chegando a 191 pontos ante 192 na véspera, reafirmando a melhor percepção do estrangeiro para com o panorama brasileiro.
Juros.
Os juros operaram em majoritária estabilidade, com oscilação e liquidez prejudicados pelo feriado em Wall Street.
Para a 3ª feira.
Com o feriado de 7 de setembro se aproximando, o volume tende a ser menos expressivo em todos os âmbitos dos negócios, e espera-se também poucos ruídos do front político doméstico, que sempre pode trazer surpresas. A agenda econômica prevê de relevo no Brasil a produção industrial de julho, assim como o PMI de serviços e composto de agosto.
Nos EUA destacam-se os pedidos de fábrica e a prévia dos pedidos de bens duráveis de julho. Por fim, na Zona do Euro sairão as vendas no varejo em julho.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 04.09.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, analista senior, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analista, ambos da equipe do BB Investimento.